Saturday, July 24, 2010

Sobre as missões no Grão-Pará e Maranhão

por António Vilhena de Carvalho*

A Biblioteca Digital Curt Nimuendaju acrescentou recentemente ao seu acervo a obra Regimento & Leys sobre as Missoens do Estado do Maranhaõ, & Parà, & sobre a liberdade dos Indios, impressa em Lisboa em 1724 e que contém, entre outras leis, dois conhecidos textos do corpus legislativo ameríndio do período colonial do Brasil aplicável ao Estado do Maranhão e Pará: o Regimento das Missões, de dezembro de 1686, que confere aos missionários (em particular, ainda que não exclusivamente, jesuítas) o poder temporal, além do espiritual, sobre as aldeias dos índios; e o Alvará régio de 28 de Abril de 1688 que restabeleceu o sistema de cativeiro dos índios, pondo termo à lei de 1680, de curta duração e que para muitos não passou de letra morta, que lhes conferira a liberdade sem restrições.

Sunday, July 18, 2010

Capistrano de Abreu e o rã-txa hu-ni-ku-ĩ

por Beatriz Christino*

Em 23 de outubro de 1853 no Engenho Columinjuba, localizado no então distrito de Maranguape (CE), nascia João Honório Capistrano de Abreu. Ele fez seus primeiros estudos em Fortaleza, onde viveu até 1869, ano em que se mudou para Recife. Sua atuação como intelectual ganhou impulso em 1875, quando se transferiu em definitivo para o Rio de Janeiro. Nomeado em 1879 para o cargo de Oficial da Biblioteca Nacional, permaneceu na função até 1883. Nessa data, foi aprovado em concurso para professor de Corografia e História do Brasil do Colégio Pedro II. Uma reforma educacional surgida em 1898 colocou-o em disponibilidade e afastou-o da docência. Até seu falecimento, em 1927, Capistrano de Abreu colaborou ativamente na imprensa e dedicou-se a análises históricas e etnográfico-lingüísticas.

Saturday, July 17, 2010

Rã-txa hu-ni-ku-ĩ, de Capistrano de Abreu (1914), na Brasiliana Digital


Um clássico da etnolingüística brasileira, o livro Rã-txa hu-ni-ku-ĩ: a lingua dos caxinauás do Rio Ibuaçu affluente do Muru (Prefeitura de Tarauacá), de Capistrano de Abreu (1914), acaba de tornar-se disponível online por iniciativa da excelente Brasiliana Digital, projeto da USP que visa à digitalização do acervo do bibliófilo José Mindlin (1914-2010).

Thursday, July 8, 2010

Max Schmidt (1874-1950) e a língua Umutina

O próximo dia 26 de outubro marca os sessenta anos da morte do etnógrafo Max Schmidt (1874-1950), alemão radicado no Paraguai, autor de contribuições seminais para o conhecimento dos índios do oeste de Mato Grosso e do Chaco paraguaio. Celebrando sua memória, a Biblioteca Digital Curt Nimuendaju disponibiliza, ao longo dos próximos meses, vários trabalhos de sua autoria, a começar por uma importante fonte sobre os Umutina e sua língua -- o artigo "Los Barbados o Umotinas en Matto Grosso (Brasil)", publicado em 1941 na Revista de la Sociedad Científica del Paraguay. Resultado de expedição a Mato Grosso realizada entre 1926 e 1928, o artigo é rico em informações etnográficas e lingüísticas, contendo dezenas de fotografias e um vocabulário Umutina com mais de seiscentos itens (incluindo frases).