Thursday, July 8, 2010

Max Schmidt (1874-1950) e a língua Umutina

O próximo dia 26 de outubro marca os sessenta anos da morte do etnógrafo Max Schmidt (1874-1950), alemão radicado no Paraguai, autor de contribuições seminais para o conhecimento dos índios do oeste de Mato Grosso e do Chaco paraguaio. Celebrando sua memória, a Biblioteca Digital Curt Nimuendaju disponibiliza, ao longo dos próximos meses, vários trabalhos de sua autoria, a começar por uma importante fonte sobre os Umutina e sua língua -- o artigo "Los Barbados o Umotinas en Matto Grosso (Brasil)", publicado em 1941 na Revista de la Sociedad Científica del Paraguay. Resultado de expedição a Mato Grosso realizada entre 1926 e 1928, o artigo é rico em informações etnográficas e lingüísticas, contendo dezenas de fotografias e um vocabulário Umutina com mais de seiscentos itens (incluindo frases).

Ajudando a contextualizar a vida e a obra de Max Schmidt, a Biblioteca inclui também o obituário de autoria de Herbert Baldus -- a quem caberia lamentar, nas páginas da Revista do Museu Paulista, mais um colega falecido (como fizera antes com Curt Nimuendaju e o faria depois com Alfred Métraux e Harald Schultz). Com sua rara combinação de objetividade científica e simpatia humana, Baldus avalia o etnógrafo Max Schmidt como "fonte indispensável para o conhecimento de várias tribos mato-grossenses", concluindo, de maneira tocante, com uma nota sobre o homem Max Schmidt: "Evocando o homem, o ser humano chamado Max Schmidt, vem-me um sorriso ligeiramente melancólico. [...] Não sei se Max Schmidt sentiu muita felicidade durante sua longa existência. Oxalá que sim!"


Para saber mais:

Schultz, Harald. 1952. Vocabulário dos índios Umutina. Journal de la Société des Américanistes, N.S., 41:81-137.

Lima, Stella Telles Pereira. 1995. A língua Umutina: "um sopro de vida". Dissertação de mestrado, UFPE.

No comments:

Post a Comment