A disponibilidade online de décadas
de documentação da Câmara Municipal de São Paulo (a partir de 1948) permite que
acrescentemos mais uma interessante nota de rodapé à saga póstuma de Curt
Nimuendajú. Em 1960, um projeto de lei de autoria do vereador José Freitas
Nobre foi apresentado ao legislativo paulistano propondo que se desse
"a denominação de Kurt Nimuendaju à praça sem nome localizada na Cidade
Universitária, em frente ao edifício onde funciona a Secção de Ciências
Sociais."
A idéia havia partido da Sociedade
Brasileira de Sociologia, que enviara ao vereador uma proposta demonstrando o
merecimento de Nimuendajú, em cuja "personalidade associavam-se o
cientista de notável valor e o cidadão exemplar, o que lhe permitiu fôsse, a um
só tempo, um etnólogo cujos trabalhos científicos alcançaram renome universal e
um defensor incansável dos nossos silvícolas." A proposta previa,
inclusive, a construção, no mesmo local, de uma cripta em que seriam
"recolhidos os despojos mortais do grande antropólogo."1