Wednesday, December 2, 2015

An unpublished English translation of Ploetz & Métraux (1930)


The material civilization and social and religious life ofthe Žè Indians of Southern and Eastern Brazil is an English translation of an article originally published in French in the Revista del Instituto de Etnología de la Universidad Nacional de Tucumán (1930), an Argentinian journal then under the editorship of Alfred Métraux.1 So far unpublished, the carbon-copied typewritten manuscript was located among the collection of bibliographical materials on Jê and Macro-Jê groups compiled by anthropologist William Crocker (Curator Emeritus, NMNH/Smithsonian Institution) throughout his long and productive career. Digitized by Barbara Watanabe (Museum Specialist, NMNH/Smithsonian Institution), the document is here made publicly available for the first time.2

The manuscript contains a number of handwritten corrections, and was obviously based on the published version, since the corresponding page numbers are indicated in the margins. The precise date of the translation, as well as the translator's identity, remain unknown. It is rather likely, however, that the translation was not made by Métraux himself, since it contains mistakes which he would have avoided. The handwritten corrections, on the other hand, are probably in Métraux's own hand.3

Saturday, April 25, 2015

"Promiscuidade que desmoraliza o civilizado e aniquila o índio"

por Salvador Pane Baruja*
“Vergonhosa é a usurpação, em conivência com as autoridades, das últimas terras ocupadas pelas tribos (…) como também o é o estado de promiscuidade sórdida que tanto desmoraliza o civilizado como aniquila o índio”. (Curt Nimuendajú, “Algumas considerações sobre o problema do indio no Brazil”)
A frase acima, extraída desse inédito documento incluído na primeira biografia de Curt Nimuendajú em português, aponta para o que, aparentemente, ele considerava ser o aspecto central das relações entre indígenas e não-indígenas: a extinção física e religioso-cultural dos primeiros significava perdas morais e civilizatórias para os últimos.

Wednesday, October 15, 2014

Curt Nimuendajú cinematográfico


(...) como devo escrever, a fim de que o homem, não importa quem seja,
emerja das páginas da história a seu respeito com a força da palpabilidade física
de sua existência, com a irrefutabilidade de sua realidade semi-imaginária,
com a qual o vejo e o sinto?
Este é o ponto como entendo, este é o segredo da questão...
(Maksim Górki, em carta para Konstantin Fedin)


É com alegria e uma certa apreensão que escrevemos este texto para a Biblioteca Digital Curt Nimendajú. A alegria se deve ao fato de saber que compartilhamos uma admiração, quase culto, à figura de Curt Nimuendajú, que aqui dispensa apresentações – único lugar até o momento onde falamos sobre ele sem preâmbulos. E apreensão, por nossa abordagem heterodoxa e, antes de tudo pessoal, sobre este ícone da etnologia.

Um filme de longa-metragem é uma obra circunscrita em certos limites: duração rígida, expressão artística&comercial, equipe polifônica, público de massa... Evidentemente, as variantes são muitas e flexíveis. A abordagem de um tema, seja em forma de documentário ou ficção, demanda um verdadeiro trabalho de concisão na etapa da escrita do roteiro e depois, durante a montagem. Mas, uma vida como a de Curt Nimuendajú é assunto para mil e uma noites. Então, para lidarmos com esses condicionamentos “roubamos no jogo”: ora simplificando, ora ampliando, ora estilizando – pensando sempre na preservação da essência. Afinal, “o papel de toda obra de arte se impõe à necessidade da exposição coerente e orgânica do tema, do material, da trama, da ação, do movimento interno da sequência cinematográfica e de sua ação dramática como um todo.”[1]