Um marco não apenas para os estudos da flora e da fauna, mas também para a etnografia e a etnolingüística dos povos originais do nordeste brasileiro, a obra Historia Naturalis Brasiliae (Piso & Marcgrave 1648) acaba de ser incluída na Biblioteca Digital Curt Nimuendaju.
Produzida sob os auspícios do conde João Maurício de Nassau, quando governador das possessões holandesas no nordeste brasileiro, a obra divide-se em duas partes. A primeira, de autoria do médico holandês Guilerme Piso, trata principalmente de doenças tropicais. A segunda, de autoria do naturalista alemão Jorge Marcgrave, trata da fauna e da flora da região (fornecendo seus nomes indígenas), além de descrever costumes indígenas (incluindo um vocabulário Tupinambá).
Como introdução a esta importante obra, os Cadernos de Etnolingüística acabam de publicar o artigo Alguns comentários à Historia Naturalis Brasiliae, da antropóloga Mariana Françozo (que se doutorou no ano passado na Unicamp com uma tese sobre a circulação de objetos e saberes no Atlântico holandês).
A obra foi digitalizada pela biblioteca do Missouri Botanical Garden a partir de original em sua coleção de obras raras. Para a conveniência do leitor, a Biblioteca Digital Curt Nimuendaju adicionou "bookmarks" para cada um dos mais de 300 capítulos. Para uma breve introdução iconográfica à Historia Naturalis Brasiliae, visite nossa galeria no Flickr.
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