Monday, December 21, 2009

Curso de Tupi Antigo (Barbosa 1956)


Mais de meio século após sua publicação, o Curso de Tupi Antigo (1956) do Pe. A. Lemos Barbosa continua sendo o melhor compêndio para o aprendizado desta língua. Extremamente didático, rico em exemplos e referências bibliográficas, baseado em cuidadosa pesquisa das fontes originais, o Curso é item essencial na estante de qualquer interessado na língua dos habitantes da costa brasileira no começo da colonização.

A importância do livro não se limita a sua utilidade para o aprendizado do Tupinambá. O prefácio é um texto particularmente importante para a historiografia dos estudos de línguas indígenas, oferecendo uma crítica — ainda atual — a vários mitos que, professados por lingüistas de prestígio (como, na época, Antenor Nascentes), tendem a se perpetuar (como a suposta "artificialidade" da língua documentada pelos jesuítas).

Há muito esgotado, o Curso acaba de ser incluído no acervo da Biblioteca Digital Curt Nimuendaju (uma excelente contribuição de Alexandro Ramos, de Curitiba). Considerando-se sua finalidade didática, a digitalização foi feita com cuidado especial para facilitar a consulta ao livro: o texto está disponível em pdf pesquisável ("searchable"), com cada um dos seus mais de 60 capítulos acessível através de "bookmarks".

Saturday, December 19, 2009

Nova categoria gramatical tupi (Barbosa 1947)

Apesar de há muito extinto, o Tupinambá (ou Tupí Antigo, a "língua mais usada na costa do Brasil" nos primeiros séculos da colonização) é uma das línguas indígenas mais bem documentadas do país. Descrita em gramáticas, registrada em textos catequéticos, vocabulários e crônicas coloniais, erigida a status de "língua indígena por excelência" e estudada continuamente desde o século XVI, a impressão que se tem é que a língua não teria, descritivamente falando, nada de novo a revelar.

No entanto, o Pe. Lemos Barbosa, grande especialista em Tupí Antigo, demonstra exatamente o contrário em um artigo que acaba de ser incluído na Biblioteca Digital Curt Nimuendaju. No artigo "Nova categoria gramatical tupi: a visibilidade e a invisibilidade nos demonstrativos" (1947), Lemos Barbosa descreve a relevância da noção de visibilidade para o sistema demonstrativo do Tupinambá, algo que teria, aparentemente, passado despercebido mesmo a autores como Anchieta e Figueira.

Conheça a Coleção Geraldo Lapenda

O filólogo pernambucano Geraldo Lapenda (1925-2004) foi um pioneiro no estudo científico das línguas indígenas do nordeste brasileiro, sendo o autor de Estrutura da língua Iatê (1968, 2005), ainda hoje obra de referência obrigatória sobre esta língua. A Coleção Geraldo Lapenda da Biblioteca Digital Curt Nimuendaju inclui artigos raros e de difícil acesso, digitalizados a partir de itens da biblioteca pessoal do autor.

Wednesday, December 9, 2009

Mapa etnolingüístico de Martius (1867)

Beiträge zur Ethnographie und Sprachenkunde Amerikas zumal Brasiliens (1867), obra clássica de Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), é fonte essencial para o conhecimento de muitas línguas e tribos hoje extintas. Além de conter os únicos registros conhecidos de línguas como o Jeikó (Jê) e o Masakará (Kamakã), a obra apresenta uma das primeiras tentativas de sistematização da diversidade lingüística e cultural do continente (particularmente do Brasil).

Embora ambos os volumes deste trabalho já estejam disponíveis há um certo tempo, através do projeto Google Books, o mapa que acompanha o primeiro volume não havia sido devidamente digitalizado. A Biblioteca Digital Curt Nimuendaju supre agora esta lacuna, tornando o mapa disponível em formatos JPG e PDF. Os arquivos (armazenados no Internet Archive) podem ser acessados aqui. Como se trata de arquivos pesados, sugerimos os seguintes passos para o download: dê um clique direito (right click) e selecione "salvar alvo como" (save target as). Ambos os volumes do livro podem também ser acessados no site da Biblioteca Digital Curt Nimuendaju.