O primeiro volume da Bibliografa Crítica da Etnologia Brasileira representa um guia essencial para todos os que se interessam pelas pesquisas e trabalhos com indígenas do Brasil. A obra compreende 1785 verbetes que trazem comentários críticos de Baldus sobre estudos publicados que, de alguma forma, abordam aspectos das línguas e culturas dos povos brasileiros. A Comparative Study of Human Reproduction (Ford, 1945), por exemplo, trata das práticas de reprodução humana por parte de povos em diversos lugares do mundo, e menciona os Apinajé, Makuxi, Taurepang e Tupinambá. Já Die Lippenlaute der Bantu und die Negerlippen, mit besonderer Berüksichtigung der Lippenverstümmelungen (Cleve, 1903) traz um estudo comparativo sobre a influência dos adornos labiais nos sons labiais em línguas africanas e indígenas, citando os povos Botocudo, Karajá e Suyá.
Por ter intensão crítica, Baldus elogia e recomenda as obras que aprova e condena as que rejeita. O autor tem em alta conta produções como Los indios Cainguá del Alto Paraná (Misiones) (Ambrosetti, 1895), Tratados da terra e gente do Brasil (Cardim, 1925), The Tukuna (Nimuendajú, 1952) e I BororosOrientali "Orarimugudoge" del Matto-Grosso (Brasile) (Colbacchini, 1925). Para referir-se a tais obras, Baldus faz uso de expressões como “fundamental”, “valioso” e “importantíssimo”. Desaprova, contudo, de Migrações e cultura indígena (Costa, 1939), Aspectos sociais das tribus indígenas do Brasil (Boudin, 1949), La civilización guaraní (Bertoni, 1922) e Voyage pittoresque et historique au Brésil (Debret, 1834). Conforme o etnólogo, trabalhos assim podem ser considerados “sem valor científico”, “pseudo-científicos” e “artiguetes”.
Texto: Amanda Vallada, graduanda Universidade Federal de Goiás,
participante voluntária do projeto “Ampliação da Biblioteca Digital Curt Nimuendajú"
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