por Elena Welper*
Em tempo de celebração dos 70 anos da morte de Curt Nimuendajú (17/04/1883-10/12/1945), surge mais uma vez a oportunidade de falar sobre este pesquisador autodidata que é hoje consagrado como um dos fundadores da etnologia brasileira. Não caberá aqui, porém, repetir a apresentação biográfica que acompanha os tantos escritos sobre sua a vida e obra, mas penso ser interessante recuperar algumas imagens que oferecem uma perspectiva mais subjetiva de suas experiências etnográficas.
Curt Nimuendajú conduziu seus trabalhos de campo orientado por uma antropologia salvacionista que tinha como objetivo o registro das culturas indígenas que se encontravam ameaçadas de extinção perante o avanço da civilização europeia. Mas seus informantes correspondiam aos arquétipos dos heróis pele vermelha, disseminados por uma literatura western que teve Karl May como autor mais popular. Nos retratos aqui reunidos, os quais contemplam a quase totalidade do acervo imagético de Curt Nimuendajú, encontramos diversos elementos típicos dessa westmania, revelando uma “auto representação” inspirada nessa clássica “literatura de aventura” que teve como cenário o American Far West.
*Elena Monteiro Welper [perfil] (Museu Nacional/UFRJ) realiza pesquisa de pós-doutorado (FAPERJ) sobre a etnografia de Curt Nimuendajú.
Para saber mais:
Welper, Elena. 2013. A aventura etnográfica de Curt Nimuendajú. Tellus, ano 13, n. 24, p. 99-120.
Um cowboy alemão nos sertões do Brasil from Biblioteca Nimuendajú on Vimeo.
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