Especialista nas línguas Kamaiurá (família Tupí-Guaraní) e Krenák (tronco Macro-Jê), com as quais vem trabalhando nas últimas quatro décadas, Lucy Seki é uma das mais ativas pesquisadoras na lingüística indígena brasileira. Dedicando-se a projetos de educação indígena e documentação lingüística, ela vem contribuindo também para o conhecimento de várias outras línguas indígenas, tanto em seus próprios estudos, como através da orientação de dezenas de teses e dissertações. Amostras desta ampla produção estão agora disponíveis na Biblioteca Digital Curt Nimuendaju, que lança hoje (dia em que se comemora o aniversário da autora) a Coleção Lucy Seki.
A Coleção inclui inicialmente quatro artigos, representando não apenas seus estudos sobre o Krenák (Problemas no estudo em uma língua em extinção, 1984; Apontamentos para a bibliografia da língua Botocudo/Borum, 1990) e o Kamaiurá (O Kamaiurá: língua de estrutura ativa, 1976), mas também uma área — a lingüística histórico-comparativa — em que sua contribuição é menos conhecida. Este é o caso do artigo Evidências de relações genéticas na família Jê (1989), em que a autora determina a posição do Tapayúna dentro da família Jê e aponta inconsistências na reconstrução do Proto-Jê feita por Davis (1966).
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